segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

sei que continuas connosco...


Morre-se Agora Muito Tarde
Pensando bem, vale mais morrer já, morre-se agora muito tarde. Quero dizer, muito depois de ter morrido muita coisa à nossa volta e dentro de nós. A vida humana estendeu-se e o que havia nela encolheu. A vida humana é assim vagarosa, «objectivamente» vagarosa, mas o que acontece dentro dela é rapidíssimo (...) Porque aos vinte e cinco anos, digamos aos trinta, temos o farnel pronto para a viagem. Antigamente dava para a viagem toda, agora temos de nos abastecer outra vez - com quê? Temos a bagagem pronta, o amor, as ideias, o corte das camisas e do cabelo, tudo na mala - como aguentar até aos setenta sem mudar de mala nem de camisas? Mesmo que as camisas sejam novas. Imagina agora tu a usares o coco do teu avô. 

.
Virgílio Ferreira, in 'Nítido Nulo'

sábado, 24 de novembro de 2007

o guardador de águas I


"a quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso"

.... e porque "nas brisas vem sempre o silencio das garças."

... e "Mais alto que o escuro é o rumor dos peixes."

..... e sobretudo "Todas estas informações têm soberba desimportância cientifica - como andar de costas."


Manoel de Barros

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

dia diferente


"No dia seguinte o principezinho voltou. - Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito... São precisos rituais. - Que é um ritual? Perguntou o principezinho. - É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. "


Antoine de Saint-Exupéry in O Principezinho

uma aflição só



FALTA UM POEMA

FALTA UM LUGAR

FALTA DE AR
.

saudade não é salgada não. saudade é doce


Gostar de ver você sorrir

Gastar das horas pra te ver dormir

Enquanto o mundo roda em vão

Eu tomo o tempo

O velho gasta solidão

Em meio aos pombos na Praça da Sé

O pôr do Sol invade o chão do apartamento


Vermelhos são seus beijos

Que meigos são seus olhos

Ver que tudo pode retroceder

Que aquele velho pode ser eu

No fundo da alma há solidão

E um frio que suplica um aconchego


Vermelhos são seus beijos

Quase que me queimam

Que meigo são seus olhos

Lânguida face

Seus beijos são vermelhos

Quase que me queimam

Que meigos são seus olhos

Lânguida face


Ver que tudo pode retroceder

Que aquele velho pode ser eu

No fundo da alma há solidão

E um frio que suplica um aconchego


Vermelhos são seus beijos

Quase que me queimam

Que meigos são seus olhos

Lânguida face

Seus beijos são vermelhos

Quase que me queimam

Que meigos são seus olhos

Lânguida face


Vanessa da Mata


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

É a loucura não existe.
A loucura está em todos os lugares ao mesmo tempo.
Normal é o tédio dos dias sem graça que as pessoas fazem pra elas mesmas.
Saudade não é salgada não. A saudade é doce.
Eu quero permanecer calado escutando tudo.
O meu passado é de conversador, bom falador, namorador...
Penso, penso, penso, penso...
Consegui dizer tudo...
Tu ficava atrás das linhas da vida.
Sou de esquerda pô...!
O que eu quero dizer com isso? Nada to comentando!
Porque eu sou da luz, porque o único escuro que eu carrego é a sombra que o meu corpo produz.
Eu dou tantas voltas é proibido parar.
Isoglócia...
Isoglócia é a sua forma de falar, sua expressão, sua variado de seletivas de línguas.
E a pessoa que faz isso e faz aquilo e o que não faz fica mais velho, e a velhice vem mais rápido.
Daqui a pouco encontrar uma carta de euforia.
E quem não é?
Sexo é bom!
Eu paguei pra fazer.
Dez reais.
Foi bom!
Possuir razão e cor.
Pessoas que vivem fora da sanidade.
Falar, falar, falar, falar hen, hen, hen, hen, hen, hen...
Quem é você?
Quem é você?
Quem é você?Quem é você?
Eu to perguntando quem é você?
Eu sou gente!

.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

eu me fechava com espumas

Eu sou o medo da lucidez.
Choveu na palavra onde eu estava.
Eu via a natureza como quem a veste.
Eu me fechava com espumas.
Formigas vesúvias dormiam por baixo de trampas.
Piguei umas ideias com as mãos - como a peixes.
Nem era muito que eu me arrumasse por versos.
Aquele arame do horizonte que separava o morro do céu estava rubro.
Um rengo estacionou entre duas frases.
Um descor
Quase uma ilação do branco.
Tinha um palor atormentado a hora.
O pato dejetava liquidamente ali.

Manoel de Barros, in O Guardador de Aguas, 1989


domingo, 28 de outubro de 2007

como devia ser ao Domingo de manhã




“Quando tomo duche de manhã acho que sou africano.”
Erm... mas como? Haverá LSD ou outro alucinogénio no Taiti Duche com que José Cid se lava? Estará o Monói fora do prazo? Será que ele bebe o conteúdo do seu frasco de gel duche e começa a ver fartas savanas na sua banheira? Como é que ele acha que só por estar a tomar banho passa a ser o Bonga? Talvez José Cid esteja apenas a tentar vender-se como africano para ver se a Angelina Jolie ou a Madonna o adoptam. Ou talvez mesmo a Floribella, que além de gostar de pretinhos pode também apreciar olhos de vidros.
Mas a bela entrevista continua, com José Cid a ensinar-nos mais sobre o funcionamento do corpo humano do que aqueles desenhos animados do “Era Uma Vez A Vida”. À pergunta “sabe qual é o seu ponto g”, o cantor não está com meias medidas e responde:
“Qualquer uma das minhas cabeças, inclusive a dos dedos”.
Já tínhamos ouvido falar de monstros de duas cabeças, mas achávamos que se ficavam apenas pela parceria Menezes/Santana. Mas parece que estamos agora perante um monstro com várias cabeças. Quantas? Ninguém sabe ao certo. Ninguém teve coragem ou estômago para contar. Mas calma, porque parece que Cid tem uma cabeça predilecta: uma à qual se refere com fofura e carinho como “a central”. Pelo menos, quando lhe perguntaram qual era a parte mais sensual do corpo ele respondeu sem rodeios “é a cabeça central”. Para nós, a melhor cabeça de central é a do Polga do Sporting. Quanto às cabeças de José Cid, o tema já começa a assustar-nos. Pelo que vamos acelerar daqui para fora a toda a velocidade, deixando apenas um bilhetinho com uma pergunta preso no pára-brisas do cantor: “e a cabeça central, também tem o capachinho torto?”.



não percam na Antena 3
ao Domingo.....

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Nuno Judice vence Prémio Ramos Rosa

JOGO


Eu, sabendo que te amo,

E como as coisas do amor são difíceis,

Preparo em silêncio a mesa

do jogo, estendo as peças

sobre o tabuleiro, disponho os lugares

necessários para que tudo

comece: as cadeiras

uma em frente da outra, embora saiba

que as mãos não se podem tocar,

e que para além das dificuldades,

hesitações, recuos

ou avanços possíveis, só os olhos

transportam, talvez uma hipótese

de entendimento. É então que chegas,

e como se um vento do norte

entrasse por uma janela aberta,

o jogo inteiro voa pelos ares,

o frio enche-te os olhos de lágrimas,

e empurras-me para dentro, onde

o fogo consome o que resta

do nosso quebra-cabeças.


NUNO JÚDICE



quinta-feira, 18 de outubro de 2007

o oriente no seu melhor,,,,

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bocejarmos juntos

Porque dormiste comigo
Encontrámo-nos no Valentino em Turim
e viajámos por toda a Itália de comboio,
dormindo juntos.
Eu não falei em sexo.
Disse dormindo juntos.
Coisa de que a sexualidade é,
e não é, uma parte.
É esse dormir juntos
que é sagrado para mim.
Bocejarmos juntos.
Podes ter sexo com qualquer pessoa
mas com quem podes dormir?

Odeio-te
porque dormiste comigo
e me deixaste.


[Paul Durcan, «Felicity in Turin», A Snail in My Prime: New and Selected Poems, 1993, trad. PM]

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

o meu bosque de outono



(...)


Mas tu vieste.




Do coração da noite?


Dos braços da manhã?


Dos bosques do outono?




Tu vieste.


(...)




Joaquim Pessoa in Os olhos de Isa

frio




eu estava tão perto de ti que tenho frio ao pé dos outros


.
.
.


Paul Éluard




quinta-feira, 27 de setembro de 2007

como se tivessem boca

HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM


Há palavras que nos beijam

Como se tivessem boca,

Palavras de amor, de esperança,

De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas


Quando a noite perde o rosto,

Palavras que se recusam

Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas


Entre palavras sem cor,

Esperadas, inesperadas

Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama


Letra a letra revelado

No mármore distraído,

No papel abandonado)
Palavras que nos transportam


Aonde a noite é mais forte,

Ao silêncio dos amantes

Abraçados contra a morte.


de Alexandre O'Neil


A GRANDE HONESTIDADE


"Em minha opinião, os bons pais são os que sentiram a falta de um pai na sua infância. Eu não tinha vontade de ser pai porque não amava o meu pai (...) Nós os dois não temos continuidade, nem nada a transmitir. Não tínhamos de fundar uma família para lhes transmitir o que quer que fosse, porque nós próprios jamais tivemos família. Se tivesse tido filhos teria tido ciumes de Dorine. Preferia tê-la apenas para mim."


André Gorz in P2, Publico de 26 de setembro

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

no Irão...

"No Irão não temos homossexuais, ao contrário deste país"




"As mulheres no Irão gozam de mais liberdade do que em qualquer outro lugar do mundo. A nossa população é a mais livre do mundo"




"O massacre nazi de 6 milhões de judeus não deve ser tratado como um facto mas sim como uma teoria, e assim ser mais sujeito a debate, estudo e investigação."




Presidente do Irão dirigindo-se à Assembleia Geral da ONU, in Público de 26 de Setembro



caminhos


...tive um cão que não matava os gatos

...tive um cão que acarinhava e defendia os gatos

...tive um cão que tinha os gatos por amigos

...tive um cão, tenho a certeza que sim

...tive um cão, o Nupy

...hoje não tenho esse cão e......


não tenho

certezas de nada.

Se o mundo
existe

ou se é

ilusão;

se estou

vivo

ou já não;

... só

uma certeza persiste,

estou a escrever

....ou...

talvez não.




segunda-feira, 24 de setembro de 2007

triste sinal

"A Hora do Lobo", o programa que António Sérgio mantinha há 10 anos na Rádio Comercial (desde 2006 sob o nome de "Nas Horas"), teve a sua última emissão na madrugada do passado sábado. É um facto sobejamente conhecido que os programas de autor têm vindo a desaparecer, mas, ainda assim, não deixa de ser surpreendente e significativo que a estação tenha decidido não incluir na sua nova grelha uma das vozes inconfundíveis e um dos maiores divulgadores de música alternativa na rádio portuguesa. É um triste sinal.


in Actual/Expresso, de 22 de Setembro



domingo, 23 de setembro de 2007

um miminho...



"El silencio no tiene límites para mí los límites los pone la palabra."

sempre o potencial...

"Existem 45 000 empresas de origem portuguesa em França. Em conjunto, representam 3% do PIB do país, mas a maioria dos empresários e gestores que as lideram nem sequer se conhecem. As empresas alemãs não chegam a ser 10 000 e os seus donos dispõem, desde há alguns anos, de uma federação que permite estabelecer redes de contacto e, com isso, potenciar o crescimento económico de uma comunidade muito inferior em numero à lusa. Apesar do longo histórico, Portugal ainda não conseguiu, oficialmente, dar o salto da figura do emigrante sujeito a condições precárias para uma posição mais influente."


Raquel Almeida Correia in Caderno "Economia", Jornal Público de 21 de Setembro

uma descompressão

Medicina antiga

Uma purga, uma amputação, uma sangria como na medicina antiga.Ou, como nos submarinos, uma descompressão, fumos e ventos e turbulência. Até que finalmente esteja livre disto.




Pedro Mexia in Estado civil





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sábado, 22 de setembro de 2007

a felicidade é um aborrecimento

"A literatura nórdica é feita de um ritmo próprio, de paisagens brancas, de alguma melancolia, e de muito, muito silencio.
A felicidade é um aborrecimento!
A alegria por si só não é interessante, não tem conflitos.
E a literatura faz-se de conflitos."

Lars Saabye Christensen in Ípsilon, 21 de Setembro de 2007

the divine comedy



Back in the day you had been part of the smart set
You'd holidayed with kings, dined out with starlets
From London to New York, Cap Ferrat to Capri
In perfume by Chanel and clothes by Givenchy
You sipped camparis with David and Peter
At Noel's parties by Lake Geneva
Scaling the dizzy heights of high society
Armed only with a cheque-book and a family tree
You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was seventy"
And he'd say,"no, you couldn't be!
"You had to marry someone very very rich
So that you might be kept in the style to which
You had all of your life been accustomed to
But that the socialists had taxed away from you
You gave him children, a girl and a boy
To keep your sanity a nanny was employed
And when the time came they were sent away
Well that was simply what you did in those days
You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you on your own and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was sixty three"
And he'd say,"no, you couldn't be!
Your son's in stocks and bonds and lives back in Surrey
Flies down once in a while and leaves in a hurry
Your daughter never finished her finishing school
Married a strange young man of whom you don't approve
Your husband's hollow heart gave out one Christmas Day
He left the villa to his mistress in Marseilles
And so you come here to escape your little flat
Hoping someone will fill your glass and let you chat about how
You chased the sun around the Cote d'Azur
Until the light of youth became obscured
And left you all alone and in the shade
An English lady of a certain age
And if a nice young man would buy you a drink
You'd say with a conspiratorial wink
"You wouldn't think that I was fifty three"
And he'd say,"no, you couldn't be


... a lady of a certain age...

life is an illusion


só podia ser David Lynch


só podia ser KD Lang

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

21 de Setembro

Este ano o Dia Mundial da Pessoa com doença de Alzheimer será assinalado com uma série de acções que a Associação irá realizar por todo o país não só no dia 21 de Setembro mas também durante todo o mês.
Podemos desde já referir que a sede da Alzheimer Portugal resolveu organizar uma actividade lúdica, para o dia 21, convidando os utentes do Centro de Dia e os seus familiares para um chá dançante que está a ser preparado em Lisboa, no mítico Maxime, onde não faltarão músicas de época relembrando tempos antigos.De 28 a 30 de Setembro realiza-se um Fim-de-semana de “Alívio”, na Foz do Arelho (Centro de Férias do Inatel) para 4 pessoas com demência e 4 cuidadores, acompanhados por terapeutas ocupacionais e ajudantes.Durante todo o mês de Setembro a “Loja do Avô” vai apoiar-nos disponibilizando o seu espaço para divulgação de material informativo e expondo livros e produtos da Associação, para venda.Integradas nesta iniciativa estão as “Memórias à Quarta”, sessões de informação que irão decorrer todas as quartas-feiras, entre as 17.30 e as 18.30, na “Loja do Avô” de Lisboa, Almada, Porto e Funchal. As sessões são de entrada livre e cada quarta-feira há um tema diferente que será apresentado por Técnicos da Alzheimer Portugal.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

os deputados bombardeiam-se com pólen

A Erva da Fortuna

A erva da fortuna cresce como por encanto nas orelhas
dos políticos, o primeiro ministro proclama a amnistia
para os cucos dos relógios, o degelo nas relações inter-
nacionais restabelece o nível das águas nas albufeiras,
o ministro da energia esfrega as mãos de contente.
Embora o boletim meteorológico seja controlado pelo
governoo, nuvens cor de chumbo toldam frequentemente
o horizonte, os pescadores de águas turvas procuram o
alto mar, uma chuva de impostos cai de imprevisto ah
a chuva na primavera, escrevem os poetas.

As andorinhas podem passar livremente a fronteira. Os
polícias oferecem grinaldas aos condutores de veículos
mal estacionados. O cio invade a assembleia. Os depu-
tados bombardeiam-se com pólen. Um nostálgico do
outono argumenta: a primavera de Praga também foi
de lagartas nas estradas.

Jorge Sousa Braga
O Poeta Nu
Fenda



segunda-feira, 17 de setembro de 2007

fragmentos

também há ausência na intima fracção





"Interessa-me sempre o ausente pelo discurso da sua ausência; situação estranha, na verdade; o outro está ausente como referente, presente como interlocutor. Desta singular distorção nasce uma espécie de presente insustentável; estou preso entre dois tempos: o tempo de referencia e o tempo de alocução: partiste (por isso me lamento), estás aí (pois falo contigo). Sei o que é o presente, esse tempo difícil: um puro pedaço de angustia."






Roland Barthes, in Fragmentos de um discurso amoroso

the man who wasn't there (tambem...)

"A maldade é uma categoria do raciocínio. Não é uma invenção sobrenatural, nem cresce a partir de substancias inscritas nos vegetais comestíveis. A maldade é uma categoria do instinto, sim, mas também do raciocínio, da inteligência. Como se fosse uma etapa do percurso que o cérebro matemático faz quando pretende resolver problemas numéricos. Dedução, indução e maldade."
in pág. 40

la risa

La risa abundante y reiterada
garantiza una vida saludable,
si bien no la eternidad.

El cinismo es una de las manifestaciones más radicales de la filosofía y también de las más incomprendidas. Los cínicos consideran que la forma de vivir es parte fundamental de la filosofía e inseparable de su manera de pensar. Sin embargo, no todos los integrantes de este movimiento tienen las mismas actitudes externas ni los mismos comportamientos, por lo que a veces se habla de filosofía cínica, otras veces de actitud cínica y otras simplemente de locura.










domingo, 16 de setembro de 2007

that says that we're all basically alone




He’s keeping busier
He’s bitten stones
His imaginations and his palindromes
It was anything but hear the voice
Anything but hear the voice
It was anything but hear the voice
That says that we’re all basically alone
Poor Professor
Pension had only good intentions
When he put his
Bunsen burners all away and turned
Into a playground a petri dish of single cells that would swing
Their fists at anything that looks like easy prey
Nature show that rages every day it was bound, a part his intuition
Say
We were all basically alone
And despite what all your studies had shown
What was mistaken for closeness was just a case for mitosis
Weighed deception or mercy
Where others train for the show
Tell me doctor can you pull my file
‘Cause he just wants to know the reason why
Why do they congregate in groups of four
Scatter like a billion spores
And let the wind just carry them away?
How can gametes be so mean
Our famous doctor tried to gleam
As he went home at the end of the day
In this
Nature show that rages every day it was bound apart of his intuition
Say
Despite what all your studies had shown
What was mistaken for closeness was just a taste of mitosis
She fatal doses, malcontent to osmosis
Weighed deception or mercy
Where others will pay for the show
Well doctor can you pull my file
The reason why.




Andrew Bird








sábado, 15 de setembro de 2007

somos primatas imaturos

".....somos um primata imaturo, o mais desprotegido da natureza. Só não desaparecemos porque colaboramos uns com os outros. No dia em que a sociedade de consumo nos converter em individuos robô, corremos o risco de perder a corrida.

Identificamo-nos com o insólito e as figuras que fazem as audiências da televisão. Deixamo-nos hipnotizar pelo poder dos media e transportamos essas referencias para a nossa realidade. E se há uns tempos as pessoas partilhavam a atenção em torno de grupos e das familias, hoje concentramo-nos nas tecnologias individuais - têm o seu próprio televisor, computador, telemóvel, blogue - e perdem a dimensão dos outros.

Descobrimos quem somos através de interacções regulares com os outros. O mercantilismo actual compromete a identidade pela velocidade e incerteza.

Estamos a assistir à expansão das personalidades borderline (desviantes). É frequente os jovens terem hoje experiências diversas e contraditórias e relacionamentos sexuais sem significado. A sensação de perda de identidade pode manifestar-se na vontade de estar sempre a mudar o próprio corpo e, não raras vezes, em pensamentos suicidas e condutas de auto-mutilação, ultimo recurso para serem capazes de sentir.

Aparecem pessoas com crises de identidade e concepções ilusórias sobre a vida. A evolução dos papeis sociais tem conduzido ao desencontro entre homens e mulheres. O ensino de papel e lápis não ajuda, favorece as raparigas que, mais qualificadas academicamente, não encontram parceiros à altura, no plano cultural. Tal evidência leva-me a defender a discriminação positiva dos homens a partir do secundário."





Pio Abreu, psiquiatra, in Revista Visão de 6 de Setembro de 2007








quinta-feira, 13 de setembro de 2007

a curiosidade matou o gato (aurélio)



...nunca

devemos querer conhecer mais do que o artista nos quer mostrar...

arrependemo-nos de certeza

verdadeiramente 2 em 1






Si tú no vuelves
se secarán todos los mares
y esperaré sin ti
tapiado al fondo de algún recuerdo
Si tú no vuelves
mi voluntad se hará paqueña...
Me quedaré aquí
junto a mi perro espiando horizontes
Si tú no vuelves
no quedarán más que desiertos
y escucharé por si
algún latido le queda a ésta tierra
Que era tan serena
cuando me querías
habia un perfume fresco que yo respiraba
era tan bonita, era así de grande
no tenía fin...
Y cada noche vendrá una estrellaa hacerme compañía
que te cuente cómo estoy
y sepas lo que hay
Dime amor, amor, amor
estoy aqui
¿no ves?
Si no vuelves no habrá vida
no sé lo que haré
Si tú no vuelves
no habrá esperanza ni habrá nada
Caminaré sin tícon mi tristeza bebiendo lluvia

it's a new life....



Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds driftin’ on by you know how I feel
(refrain:)It’s a new dawn
It’s a new day
It’s a new life
For me
And I’m feeling good
Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom in the tree you know how I feel
(refrain)Dragonfly out in the sun you know what I mean, don’t you know
Butterflies all havin’ fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That’s what I mean
And this old world is a new world
And a bold world
For me
Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

começar é pelo principio, né?





...nunca se sabe por onde se deve começar a manchar a folha em branco... eu pelo menos não sei... sei que preciso deste espaço para partilhar (se calhar só com a folha em branco...) as coisas que vão na alma. Mas mesmo que seja só com a folha em branco, já não ficam a apodrecer cá dentro. Sei que normalmente exponho aquilo que os outros escreveram, cantaram, disseram, pintaram, filmaram, viveram tão bem que subscrevo e partilho. Provavelmente será a primeira e ultima vez que escreverei algo meu. O futuro o dirá...