domingo, 30 de junho de 2019

"Todo o adulto tem segredos"

Foi depois de ler a ficha técnica do filme Carol que me apercebi que era baseado no livro O Preço do Sal de Claire Morgan/Patricia Highsmith. Livro este que estava na minha estante desde 1993 (juntamente com mais 6) e que só agora li. Conheço a escritora dos seus livros policiais, que adoro, e talvez por isso tenha pensado que este, seria mais um e que talvez não me apetecesse ler.
Daí o titulo deste escrito que faz parte do livro.
Como sempre o livro é muito mais interessante que o filme, apesar de eu ter gostado imenso, principalmente das atrizes e da sua entrega a esta história de amor com um final feliz. Mas é no Posfácio (escrito em 1983) do livro (escrito em 1952) que eu entendi mesmo a importância dele.
Como lidam os adultos com os seus segredos ao longo da história da humanidade?
"Porque se fascinam tanto as pessoas com a vida sexual dos outros?", refere o posfácio que tenta responder mais à frente "pela satisfação do instinto primitivo que manda punir aqueles que se tresmalham do rebanho".
A escritora refere que houve grandes evoluções até 1983, que acredito terem acontecido.
No entanto, em 2019, a sua reflexão do posfácio é mais atual que nunca:
"Apaixonar-se, para alguns, está fora de moda, é perigoso e até mesmo desnecessário. Nada de emoções fortes, eis o slogan."


sexta-feira, 28 de junho de 2019

Everything in moderation (?)

Mais lenha para a fogueira





caçada em Um jeito manso

E não é que se adequa tão bem às minhas arranhadelas?


Ele não Gostou * Pág. 23

...ou eles e elas não gostam. Há círculos de pessoas que funcionam muito bem com "sorrisos falsos". Parece que os estados de espírito verdadeiros não podem ser partilhados. Ou já não reconhecidos, de tantos falsos nos circundarem?... Ou de tão cor de rosa se querer a vida, qualquer nuvem que seja nesse céu cristalino, desfeia a fotografia.
É como na minha infância, a mãe me educar para me saber comportar: sentar direitinha, segurar bem nos talheres, não pôr os cotovelos na mesa, não tirar macacos do nariz, não interromper os adultos, não fazer cara triste, 
não chorar, não discutir, não gritar.
Mostrar os nossos "intestinos" choca mesmo os que nos deveriam ser mais próximos.
Ninguém tem coragem de se pôr na pele do outro, porque

"Estar vivo aleija"?

quinta-feira, 27 de junho de 2019

e Brel orgulhoso

Respirar ar fresco

Aquele Momento * Pág. 19

de tanto não querer passar por "aquele momento", atirei-me de cabeça. Achei que no Face seria como os outros que têm muitos amigos, fazem muitas coisas, são sempre felizes, até perceber, ao contrário de L.P. Hartley, que o presente é um país estrangeiro: eles fazem as coisas de outra maneira aqui.
À dias estive em Braga. A sensação é que eles vivem ainda no meu presente, em que fazem as coisas da mesma maneira que eu e é tão bom, tão melhor... No coração entra o calor e é impossível não ficar concentrada a ouvir todas as respostas que me dão, como se estivessem a falar estrangeiro e fosse preciso ouvir tudo com muita atenção.
O país é pequeno mas as culturas são muitas. Ainda bem para mim. Hei-de voltar a Braga. Hei-de voltar ao MEU presente.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

O umbigo no seu melhor?

Ontem estive a fazer uma revisão dos blogues que eu seguia. É impressionante a quantidade de blogues sem atividade há mais de 3, 4 ,5 anos. Pensei que pelo facto de não existir feedback (recompensa) relâmpago (likes), os autores (nos quais me incluo, logicamente) foram abandonando esta forma de comunicação. Voltamos ao abandono das cartas em suporte de papel...
A rapidez que se exige na resposta, a disponibilidade que achamos que os outros devem ter para nos lerem, acharem interessante o que escrevemos... 
.
O UMBIGO NO SEU MELHOR!!!

O Face infantilizou-me e eu a ver... Esta necessidade de atenção é completamente absurda, sentir que EU sou tão importante que, ai de quem não achar que o que eu partilho é revoltante, lindo, interessante, divertido e a PQP!
Estou encontrando o meu espaço aqui, porque já sei que 1 em 1.000.000.000.000.000.000 irá ler estes textos e não vai sentir a pressão de comentar, assim como eu não espero que o façam. Estou a adorar.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Teimosias

Acordei menos ansiosa. Estou menos ansiosa.
Esta porcaria será mesmo uma dependência...?
Ontem dei por mim a tentar justificar a abertura de uma nova conta do Face: só para motivos familiares ou das minhas atividades extra trabalho. Mas para que é que eu precisaria disso?!?!
Sei que dá muito trabalho pensar em prazeres fora da caixa do Face. Dou por mim um bocadinho à toa, em casa, pensando: que raio vou fazer daqui até à hora de ir dormir....?
Sou teimosa, sei que vou conseguir!

domingo, 23 de junho de 2019

A sentir-se controlado * Pág. 115

Instagram, Twitter, Facebook...
Foram chegando devagarinho...
A mim apanhou-me desprevenida O Face e o Messenger por inerência...
À 8 dias que desliguei a conta e de repente sinto-me órfã: não há "plins!", não há Likes, não sei onde andam os meus "amigos"...
Pensei que o telefone podia tocar, aproximando alguém que tivesse dado pela minha falta... Não tocou... A S S U S T A D O R ...
Como funcionam hoje as redes de pessoas que pensei me serem próximas?
Como organizar a minha vida sem estes sinalizadores, alertas...?
Voltei ao blogue 9 anos depois e percebo a minha dificuldade de expressão, sem os links de musica, sem emojis, sem gifs. Só letras que em grupo fazem palavras que em conjunto fazem texto, que me obrigam a pensar antes de escrever. Deixou de ser automático, preguiçoso, em modo robot.

sábado, 22 de junho de 2019

Recomeçar

Acabei de ler "Estar vivo aleija". O que gostaria, ou aliás, o que me proponho, sim porque estou a dar um passo em frente na minha vida, é comentar os textos do Ricardo Araújo Pereira, sem os copiar, indicando o título e a página a que me refiro. Perceber que só assim tenho oportunidade de falar, sim porque nesta altura da vida, falar só escrevendo, já que conversar como implica pelo menos um interlocutor, é uma atividade em vias de extinção. Não quero generalizar... Prontus, exceto o meu filho e o meu irmão! Não acho nada mau chegar aos 57 anos com 2 interlocutores, ah pois não! Voltando à minha empreitada, o livro é tão rico em experiências corriqueiras, aquelas que me criam mossas todos os dias, que acho ter pano para mangas nos próximos tempos. Como tempo é espaço que tenho com fartura, vamos ver no que dá...