quarta-feira, 1 de julho de 2020

não importa como foi a vida, pensa ela, no fim há sempre espanto


"Para desviar o pensamento olha para o espelho na parede, com uma moldura dourada. Aquelas somos mesmo nós? Aqueles chapelinhos, as carteiras de crocodilo e os rostos estranhamente pintados, aqueles gestos afectados e as roupas ridículas? Como é que isto aconteceu? Ainda há pouco éramos como todas as outras que conhecíamos, sabíamos vestir-nos, não usávamos penteados disparatados! Precisamente por isso, pensa Rosalie, é que toda a gente gosta daquela detective fantástica, a Miss Marple - porque ela personifica o oposto da realidade. As mulheres velhas não desvendam homicídios. Não se interessam pelo mundo e já não querem compreender o que se passa. Todas as que ainda lá não chegaram pensam que hão-de ser diferentes. Tal como nós pensávamos."
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é o segundo autor de origem alemã que leio em pouco tempo. é o segundo que não achei piada. será que tenho alguma coisa contra os alemães...?