segunda-feira, 28 de outubro de 2019

a história da mola da roupa...

....ou como da imagem se chega às palavras...





... achei a história muito boa (no meu contexto de vida é semelhante às minhas idas à Biblioteca Itinerante da Gulbenkian e a minha vontade de reter os livros...). Não gosto de ler o livro depois de ver o filme e assim deixei este escritor em banho maria. Até que li a noticia que tinha escrito Bridge of Clay (gosto mais do titulo original que do tristemente escolhido Nada menos que um milagre)
Markus Zusak escreveu desde 1999 a 2019 sete livros. Para mim está no grupo dos escritores ruminantes. Dez anos para sofrimento, arrependimento, dúvidas mas , para mim, apurar as palavras usadas, como o cozinheiro que prova e acerta os temperos vezes sem fim até desligar o fogão (ou alguém o fazer desligar...) porque nada mais há a melhorar no sabor final.
Foi assim que degustei o livro... parar e saborear...

"respirar a brisa da lixívia"
"A doce agonia de quando se vai fazer algo acontecer, a agonia da novidade."
"No interior, paredes de tom creme e uma tremenda rajada de vazio; tudo ali cheirava a solidão."
"Havia até um corvo, gordo e de penugem volumosa; parecia um pombo de gabardina. Mas não enganava ninguém." 
"deixou uma cicatriz no relvado, e o mundo tornou-se incoerente."
"O Rory, cor de ciclone."
"a Pietá, Cristo como líquido nos braços de Maria."
"a autocaravana tremeu e abanou e tossiu cá para fora um homem."
"Nos seus olhos, metal do melhor que lhe vira em anos."