"No futuro - talvez daqui a cinquenta anos, quem sabe quando? - , esse tratamento através da conversa poderá tornar-se banal. Os "médicos da angústia" tornar-se-ão uma especialidade característica. E as faculdades de Medicina, ou talvez os departamentos de Filosofia, prepará-los-ão.
O que deverá conter o currículo do futuro "médico da angústia"? De momento posso ter a certeza de uma cadeira essencial - "relacionamento"! É aí que as coisas se complicam. Assim como os cirurgiões precisam primeiro de aprender anatomia, o futuro "médico da angústia" primeiro precisa de entender o relacionamento entre o que aconselha e o aconselhado. E, caso eu deva contribuir para a ciência de tal aconselhamento, tenho de observar o relacionamento tão objectivamente como o cérebro dos pombos.
Observar um relacionamento não é fácil, quando eu mesmo faço parte dele."
Irvin D. Yalom in Quando Nietzche chorou
*Sugestão de utilização
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