privilégio de alguns bafejados pela sorte de estar no local certo, na hora exata.
dois anos depois celebram esse amor, em uma noite fantástica: o escuro da noite foi substituído pelas luzes da Praça, o silêncio do vento foi substituído pelos sinos da Sé e pelos aviões a rasar o aeroporto. já eu mantive um sorriso cúmplice com os tocadores, pensando com os meus botões: coisamailinda!
"Muito depende de sermos capazes de estar no momento em que estamos, sem pensar no que fizemos para ali estar ou nos preocuparmos para onde vamos a seguir. Se pudéssemos ser inteiramente inteligentes, não pensaríamos senão no momento em que estivéssemos, sem expectativas. Para estarmos à espera, sem saber de quê.
Anteontem, durante um segundo de um almoço de Agosto, pousou num copo uma borboleta espampanante. E logo voou, deixando-nos a falar dela.
O momento e o tempo estão ligados como o nosso coração e a nossa alma. Tenho a certeza que todos os dias somos visitados por lembranças do muito que nos pode acontecer, do pouco que sabemos e do pouco tempo que temos para ficar com uma pequena ideia do que tudo isto é.
Estas visitas espantosas, em que só se repara por sorte, só são bem recebidas e apreciadas quando a nossa atenção se desliga de nós próprios e do mundo que gira dentro de nós e se vira, como se de uma casa vazia se tratasse, para fora. Há um estado activo de recepção, de estarmos prontos para o que vier, sem termos nada marcado ou expectativa nenhuma.
Não se consegue ver a borboleta se estivermos à espera dela e resolvermos: "Agora vou estar aqui sentado, com a cabeça esvaziada, inteiramente distraído pelo que me rodeia, à espera que me apareça pela frente uma coisa maravilhosa".
É quando se está com quem se ama que se é mais visitado. Se calhar, o que atrai as visitas é a doçura da companhia e a distracção em que o amor vive. Ali."
Em primeiro lugar, gostaríamos de manifestar o nosso apreço pela sua presença no terceiro concerto do Festival de Verão de Belgais, Centro para o estudo das artes.
Estamos a preparar Belgais de forma a que todas as pessoas tenham possibilidade de desfrutar não apenas do concerto, mas igualmente de toda a atmosfera do nosso espaço.
serão tocadas as últimas três sonatas de Beethoven acompanhadas pela leitura de algumas das suas cartas. Contaremos igualmente com a presença da pianista Maria João Pires.
É, pois, com agrado que temos o seguinte programa:
PROGRAMA
“Beethoven e o Silêncio Interior”
Leitura da Carta à Imortal Bem-Amada
Ludwig van Beethoven
Sonata núm. 30, op. 109
I. Vivace ma non troppo
II. Prestissimo
III. Gesangvoll, mit innigster Empfindung.
Intérprete: Jiana Peng, piano
Leitura do Testamento de Heilligenstadt
Sonata núm. 31, op. 110
I. Moderato cantabile molto espressivo
II. Allegro molto
III. Adagio ma non troppo
Intérprete: Lilit Grigoryan, piano
Intervalo de 30 min
“Beethoven e o Silêncio Interior”
Leitura da Oração Fúnebre
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
Sonata núm. 32, op. 111
I. Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
II. Arietta. Adagio molto semplice cantabile
Intérprete: Maria João Pires, piano
Figurinos de Judite da Silva Gameiro
Teremos ainda bares de apoio, onde serão servidas bebidas e sanduíches simples, sopa quente, snacks salgados e bolos.
Sugerimos que cada pessoa traga o seu agasalho, dado que os concertos serão ar livre e a temperatura poderá refrescar um pouco.
Estamos confiantes que será uma noite extraordinária para todas as pessoas presentes!