sábado, 26 de abril de 2008

dias com muuuuito sol dentro....

Lizz wright
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my heart
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My heart my head my mind my soul
My feelings over you

My tears my touch remember all that I am to you

My heart my mind my soul
My feelings over you

My tears my touch remember all that I am

When you're gonna pick up the phone and call me
Tell me I can come over

I got my ticket and my bags are packed
My coat is hangin' over my shoulder

Time is passing and it's getting late
This heart of mine just can't wait

And after all that we've been through
I maybe get there and I'll give it to you baby

My heart my head my mind my soul
My feelings over you

My tears my touch remember all that I am to you

My heart my mind my soul
My feelings over you

My tears my touch remember all that I am

Standing by the window and lookin' out
My heart is turning I want to shout

You're complicated I don't want to complain
The way you're acting can you explain

Why all this love is wasted on you
Can I live with all that is you

You say you love me silence I can't hear
All I want is to be near you baby

My heart my head my mind my soul
My feelings over you

My tears my touch remember all that I am to you

My heart my mind my soul
My feelings over you

My tears my touch remember all that I am

I'm looking for a reason to stay true

Looking for our love
Looking at me and looking at you

And even if I could turn away and then
I see that I'm falling in love again

Some times I wanna give you up
Some times I want to leave you alone
Some times I want to run away
And some times I want you to come back home
Come home to me yeah yeah baby
I know I know you'll be good for me
Come home come home
Yeah baby
I'm right here baby
Come home to me
Yes I'm right here baby

Yeah all I am to you
I know you feel me baby
Yeah yeah
Come on come on
Home to me

terça-feira, 22 de abril de 2008

pequenas causas

(...)

- Não me beije - (...) - os beijos são um gesto mais, ao serviço das pequenas causas. Tenho um amigo que diz isso. Às vezes zango-me com ele, são zangas terríveis, não nos falamos durante quinze dias, e depois percebo que não estava zangada, mas que só procurava o desacordo com ele para não ficarmos parados nos sentimentos.


Agustina Bessa-Luís in "O Manto" (1961)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

please don't go

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.


(...)

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

(...)

domingo, 20 de abril de 2008

A segurança destas paralelas
- a beira da varanda e o horizonte;
assim me pacifico, e é por elas
que subo lentamente cada monte.


O tempo arrefecido, e só soprado
por uma brisa tarda que do mar
torna este minuto leve aconchegado,
traz mansas as certezas de se estar.

E vêm novos nomes: são as fadas,
gigantes e anões, que são assim
alegres de o serem - parcos nadas
que enchendo de silencios este sim

dele fazem brinquedos, madrugadas...
Agora eu estou em ti e tu em mim.


Pedro Tamen


.
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sexta-feira, 18 de abril de 2008

por timidez...?

Ciúme da saudade
.
se não matas a saudade
quando morres de vontade
de pôr à saudade fim
é talvez porque preferes
ter da saudade o que queres
e não me pedes a mim
é talvez porque preferes
ter da saudade o que queres
mas não me pedes a mim
a saudade em que me deixas
é penhor das tuas queixas
por não dizeres a verdade
bastava que me pedisses
de cada vez que me visses
o que pedes à saudade
o que dás se me não vês
não consigo que me dês
por timidez ou vaidade
e a saudade que vais tendo
com ela vives morrendo
para me matares de saudade
talvez seja o que tu queres
e é por isso que preferes
a saudade em vez de mim
morrendo os dois de saudade
temos toda a eternidade
para pôr à saudade fim


Manuela de Freitas


Fado de Camané


quinta-feira, 17 de abril de 2008

fotografos mini




Photobucket

os novos senhorios.....


Governo alarga para 50 anos o prazo para pagar crédito à habitação bonificado


17.04.2008 - 11h53 PÚBLICO

O Governo vai aprovar hoje em Conselho de Ministros o alargamento de 30 para 50 anos dos prazos máximos para pagamento dos empréstimos para compra de casa em regime de crédito bonificado.

(...)
O ministro explicou que o Governo considera que o prazo em vigor já não fazia sentido, atendendo ao aumento da esperança de vida em Portugal.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

aversão aristocrática




"Aliava sempre às mulheres uma impressão de certa aversão aristocrática, como se todas fossem demasiado vulgares nas sua invenções e impróprias para a inteligência da sensualidade; mas ao mesmo tempo, a vida completamente isolada da presença feminina causava-lhe pavor, e frequentemente se via Camilo empenhado num idílio intelectual em que imitava furtivamente as nuances do amor, o ciúme, o despeito ou o devaneio cavalheiresco. Camilo e as mulheres, era um diálogo quase trágico; e, se as divinizava algumas vezes, era para não ter que se ocupar delas."


Agustina Bessa-Luís in "O Manto" (1961)






terça-feira, 15 de abril de 2008

twelve... not sixteen....




Why does he still go on like she's a baby
Saying that's no kind of language for a lady?
He knows she hates that word, that's why he said it.
He can be childish too and she won't forget it.
'Don't tell me I don't understand,'
He said, 'I know I don't understand.
I understood when you were ten,
But nothing's added up since then.'
He said, 'I'll give you a piece of my mind
And you're not too old to take it.
' Oh, just a piece of my mind
That's him and her mum on honeymoon.
She was born in January and that was in June.
But now her life and his, they just don't mix,
And he don't like her boyfriends or her politics.
'Don't tell me what you think of me,
I know what you think of me.
I understood when you were ten,
But nothing's added up since then.
' He said, 'I'll give you a piece of my mind
And you're not too old to take it.'
Just a piece of my mind
Still he remembers her head
On the pillow of her little bed.
And then all at once she's sixteen
And now she hates him.
'Don't tell me you don't understand,'
She said, 'What is there to understand?
I've grown up since I was a kid
And maybe, Dad, it's time that you did.'
She said, 'I'll give you a piece of my mind
And you're not too old to take it,
Oh, just a a piece of my mind
And not too old
'Cause I'm not your baby,
Not your little girl.'
Not your babyNot your little girl


Everything but the girl



farol de multiplos espelhos

"Nenhum homem diga que conhece a feminilidade se apenas tomou contacto com as mulheres no leito, na oficina ou na escola; a feminilidade é outra coisa que não o sentimento do sexo oposto ou a experiência comum, é talvez a própria acção de existir, uma forma incorrupta de amar e uma expansão total da realidade. A feminilidade não é um rosto, uma indole; é uma transfiguração da aparência, uma liberdade que gira no seu eixo, como um farol de multiplos espelhos..."





Agustina Bessa-Luís in "O Manto"




segunda-feira, 14 de abril de 2008

exacta é a recusa

PERFEITO

Perfeito é não quebrar
A imaginária linha

Exacta é a recusa
E puro é o nojo

Sofia de Mello Breyner
Andresen
.
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domingo, 13 de abril de 2008

se me puderes ouvir

o poder ainda puro das tuas mãos
é mesmo agora o que mais me comove
descobrem devagar um destino que passa
e não passa por aqui

à mesa do café trocamos palavras
que trazem harmonias
tantas vezes negadas:
aquilo que nem ao vento sequer
segredamos

mas se hoje me puderes ouvir
recomeça, medita numa viagem longa
ou num amor
talvez o mais belo


José Tolentino de Mendonça in "A noite abre meus olhos"

The years was more than I could bear

So many times
I said that I love them
Looking over my shoulder at the door
So many times
I can't live without her
The wheel kept turning round
My feeling's changed
I went my own way
What can I say
To make you stay?

Cos in my dreams
They smother all over me
And I'm trying to explain
So many arms
Reach from my memories
Pull all at once
I'm lost amongst
The folds in their skin
I did you wrong
But I'm sorry now
And I'll show you how

If you were here now
You couldn't change
you wouldn't understand
but I'm ready now I'm ready now
I'll make you proud I was your man
and sing a song
but it's so ugly now
and I'll show you how

cos I'm ready now
I'm ready now
I'm ready now
I'm ready now
Hey I'm ready now

Can we start again?
so many times I said that I loved them
I'm ready now
but I'm ready now
Can we start again?
so many times
I can't live without her
The years was more than I could bear
It's turning round

But in my dreams Can we start again?
They smother all over me I'm ready now
And I'm trying to explain Can we start again?

So many arms reach from my memory
The wheels kept turning round


sábado, 12 de abril de 2008

é muito boa pessoa

Desemprego dois


“O António? Está muito bem empregado. Sim, numa companhia de seguros no trabalho. É director de relações comerciais e olhe que ele merece pois é muito boa pessoa. Concurso? Qual concurso?! Ia lá agora passar por esse enxovalho! Foi um dos administradores – visita da casa dos pais, que lhe deu o empurrão final. Se despediram alguém? Não. Extinguiram um posto de trabalho e criaram outro.”







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sexta-feira, 11 de abril de 2008

terça-feira, 8 de abril de 2008

delicias dos pequenitos




"Um raspador chora cenouras"

"a panela de pressão ferve de tanta irritação"

quando tu chegas a terra treme e dançam as divindades




Senhora da tempestade



Senhora das tempestades e dos mistérios originais

quando tu chegas a terra treme do lado esquerdo

trazes o terramoto a assombração as conjunções fatais

e as vozes negras da noite Senhora do meu espanto e do meu medo.

Senhora das marés vivas e das praias batidas pelo vento

há uma lua do avesso quando chegas

crepúsculos carregados de presságios e o lamento

dos que morrem nos naufrágios Senhora das vozes negras.

Senhora do vento norte com teu manto de sal e espuma

nasce uma estrela cadente de chegares

e há um poema escrito em página nenhuma

quando caminhas sobre as águas Senhora dos sete mares.

Conjugação de fogo e luz e no entanto eclipse

trazes a linha magnética da minha vida Senhora da minha morte

teu nome escreve-se na areia e é uma palavra que só Deus disse

quando tu chegas começa a música Senhora do vento norte.

Escreverei para ti o poema mais triste

Senhora dos cabelos de alga onde se escondem as divindades

quando me tocas há um país que não existe

e um anjo poisa-me nos ombros Senhora das Tempestades.

Senhora do sol do sul com que me cegas

a terra toda treme nos meus músculos

consonância dissonância Senhoras das vozes negras

coroada de todos os crepúsculos.

Senhora da vida que passa e do sentido trágico

do rio das vogais Senhora da liturgia

sibilação das consoantes com seu absurdo mágico

de que não fica senão a breve música.

Senhora do poema e da oculta fórmula da escrita

alquimia de sons Senhora do vento norte

que trazes a palavra nunca dita

Senhora da minha vida Senhora da minha morte.

Senhora dos pés de cabra e dos parágrafos proibidos

que te disfarças de metáfora e de soprar marítimo

Senhora que me dóis em todos os sentidos

como um ritmo só ritmo como um ritmo.

Batem as sílabas da noite na oclusão das coronárias

Senhora da circulação que mata e ressuscita

trazes o mar a chuva as procelárias

batem as sílabas da noite e és tu a voz que dita.

Batem os sons os signos os sinais

trazes a festa e a despedida Senhora dos instantes

fica o sentido trágico do rio das vogais

o mágico passar das consoantes.

Senhora nua deitada sobre o branco

com tua rosa-dos-ventos e teu cruzeiro do sul

nascem faunos com tridentes no teu flanco

Senhora de branco deitada no azul.

Senhora das águas transbordantes no cais de súbito vazio

Senhora dos navegantes com teu astrolábio e tua errância

teu rosto de sereia à proa de um navio

tudo em ti é partida tudo em ti é distância.

Senhora da hora solitária do entardecer

ninguém sabe se chegas como graça ou como estigma

onde tu moras começa o acontecer

tudo em ti é surpresa Senhora do grande enigma.

Tudo em ti é perder Senhora quantas vezes

Setembro te levou para as metrópoles excessivas

batem as sílabas do tempo no rolar dos meses

tudo em ti é retorno Senhora das marés vivas.

Senhora do vento com teu cavalo cor de acaso

tua ternura e teu chicote sobre a tristeza e a agonia

galopas no meu sangue com teu catéter chamado Pégaso

e vais de vaso em vaso Senhora da arritmia.

Tudo em ti é magia e tensão extrema

Senhora dos teoremas e dos relâmpagos marinhos

batem as sílabas da noite no coração do poema

Senhora das tempestades e dos líquidos caminhos.

Tudo em ti é milagre Senhora da energia

quando tu chegas a terra treme e dançam as divindades

batem as sílabas da noite e tudo é uma alquimia

ao som do nome que só Deus sabe Senhoras das tempestades

MANUEL ALEGRE

domingo, 6 de abril de 2008

A ponte que nos une - é estar ausentes



Eu, Rosie, eu se falasse, eu dir-te-ia
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos; dancemos
Já que temos a valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
Dum par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...
E assim entre o que eu penso e o que tu sentes
A ponte que nos une - é estar ausentes.


Reinaldo Ferreira

quarta-feira, 2 de abril de 2008

una palabra

Una palabra no dice nada
y al mismo tiempo lo esconde todo
igual que el viento que esconde el agua
como las flores que esconde el lodo.

Una mirada no dice nada
y al mismo tiempo lo dice todo
como la lluvia sobre tu cara
o el viejo mapa de algun tesoro.

Una verdad no dice nada
y al mismo tiempo lo esconde todo
como una hoguera que no se apaga
como una piedra que nace polvo.

Si un dia me faltas no sere nada
y al mismo tiempo lo sere todo
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo,
porque en tus ojos estan mis alas
y esta la orilla donde me ahogo.